Faz exactamente dois anos que a minha vida mudou completamente. Mesmo quem não me conhece, e lê este blog, deve notar que alguma se alterou, mais que não seja pelas várias longas ausências. Aprender a viver sozinha (eu + eu) não tem sido fácil, mas há sempre alguma coisa que nos impele, uma força exterior à nossa própria vontade, acho que se chama instinto de sobrevivênvia; dá jeito, por exemplo, para nos levantarmos de manhã e irmos trabalhar ou para levar comida à boca, mastigar e engolir. As fases mais negras passam, mas estão sempre à espera de serem experimentadas outra vez, de forma mais leve, como se fossem um guião a representar: choque, negação, depressão, ansiedade... a ansiedade ainda está sempre lá... Não ter vontade de fazer nada que esteja relacionado com a vida doméstica ou qualquer outra coisa é uma constante. Depois existe a tentação de não alterar nada em casa, de deixar tudo igual, porque as mudanças antes eram partilhadas, acordadas. "Onde pomos isto?" "Gostas?" "Fica bem assim?" Ultimamente, tenho tentado combater isso e este blog também tem ajudado. Tudo isto para dizer que já não fazia muito sentido ter duas mesas no espaço de trabalho, pelo menos da forma como estavam... Desmantelei a minha e fiz dela várias outras coisas (depois mostro aqui, ainda é um work in progress) e ajustei a dele para mim (a dele que agora é só minha porque a deixou para trás). Ainda não interiorizei que não há mal em fazer coisas sozinha, mas acho que alcancei algumas pequenas vitórias nestas férias.
Também adaptei à mesa um suporte da Ikea que andava por aqui desde a reconstrução da casa. Uma aparafusadora e caixas de parafusos que também ficaram para trás deram jeito. Foi assim que ficou, por agora.
