3.1.08


(2008)


Fazer a inscrição para ser dador de medula óssea pode ser uma boa forma de começar o ano. Basta preencher um inquérito e enviar pelo correio para os Centros de Histocompatibilidade do Norte ou do Sul conforme a área de residência. O inquérito que se envia é avaliado e caso não existam contra-indicações, é-se chamado depois para fazer uma colheita de 20 ml de sangue a partir da veia do braço. A colheita é feita numa instituição de saúde próxima do local de residência (no meu caso foi no Hospital do Barlavento Algarvio). Para que serve esta colheita? Para fazer uma tipagem HLA do nosso sangue, ou seja, para determinar as características tecidulares dos leucócitos (glóbulos brancos) do nosso sangue. Depois destas análises, essas características tecidulares, juntamente com os nossos dados pessoais, passam a fazer parte de uma base de dados, o Registo Nacional de Dadores Voluntários de Medula Óssea que está associada a uma base de dados internacional, a Bone Marrow Donors Worldwide, que tem milhões de dadores. Ou seja, o eventual recipiente das nossas células pode ser português ou de qualquer outra parte do mundo.
Caso tenhamos compatibilidade tecidular com um doente à espera de transplante, seremos chamados para fazer análises mais específicas e se a compatilibilidade total se confirmar, existirá então uma doação efectiva.

Como decorre a doação? O dador pode optar por uma de duas formas muito simples: 1) pode optar por fazer uma colheita de células através de punção directa do osso da bacia. Este procedimento requer anestesia e um internamento de 24 horas. 2) e aqui vem a boa notícia, os dadores podem escolher fazer uma colheita de sangue em que o sangue é "filtrado" através de um aparelho que retem para doação apenas as células da medula óssea. Parece-me um procedimento bastante mais simpático. Neste caso, é necessário um tratamento prévio à doação, através de injecções subcutâneas de um determinado factor de crescimento. Todas as pessoas saudáveis produzem naturalmente este factor quando o organismo de depara com uma infecção, por exemplo. Este factor de crescimento faz com que as células da medula passem para o sangue periférico - o sangue que está em circulação - de forma a poderem ser recolhidas.
Para quem está hesitante, com receio de colheitas de sangue e tormentos vários, posso dizer que a colheita inicial é muitíssimo simples, e não deve assustar de forma nenhuma os leitores deste blog em particular, que na sua maioria está mais que habituada a picadas de agulhas de coser, que normalmente são bem mais dolorosas...

Pelo que oiço e leio normalmente na comunicação social, parece que existe uma tendência para as pessoas se tornarem dadoras de medula óssea apenas quando têm um amigo ou familiar que necessita de um transplante, o que é pena... O aumento da número de dadores na base de dados aumenta as posibilidades de encontar compatibilidades, como é óbvio. Por outro lado, parece que já se encontraram dadores compatíveis que se recusaram doar as suas células a um desconhecido, já que o objectivo inicial era ajudar uma pessoa específica. Desde que sejamos saudáveis estas células não se esgotam, estão sempre a renovar-se, portanto, esta atitude para mim faz pouco sentido...


Just because, uma prenda de Natal (da minha mãe). Bonitas, não são?
Feliz 2008!

5 comments:

  1. ando a pensar nisto há que tempos, sabes?
    tenho que tomar uma decisão ;) e deixar de ser mariquinhas rapidamente.

    bom ano! com muito mais sucesso ainda =)
    ahh, responde ao meu mail.

    beijos.
    miriam

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  2. Bonita maneira de começar o ano, Gisela!

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  3. Também acho!
    By the way...as pegas são lindas sim senhora...
    Estou a pensar fazer umas para oferecer no proximo Natal :)

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  4. Já descobri de onde a filha foi buscar todo o talento que tem para os lavores.
    Bom ano 2008.

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  5. que post esclarecedor. obrigada.
    já cá o vim ler umas três vezes, sempre para pessoas diferentes.

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