30.10.06


(patchwork love II or more cushions)

O P. não chegou a verbalizar, mas eu senti que no seu íntimo ele precisava de duas pequenas almofadas para a sua cadeira nova. Sei que ele sonhou com tons rosa e um design ultra-feminino. Eu que adivinho sempre os seus desejos, fi-las imediatamente.
.
.
É claro que ele não desejou semelhante coisa. É claro que se fosse ele a escolher provavelmente escolheria não ter almofadas nenhumas naquela cadeira. Ou se tivesse escolhido algumas seriam certamente menos femininas. É claro que ele já as tirou subtilmente da cadeira para as pôr em cima da espreguiçadeira, mas também é óbvio que se eu as voltar a pôr na cadeira (como já fiz várias vezes) ele não vai dizer nada porque gosta de mim e porque me acompanha sempre nos meus delírios artesanais.
.

Isto fez-me lembrar uma história que o P. costuma contar-me, que para ele simboliza o amor incondicional, o amor sem palavras. A história é dos tempos em que ele ajudava o pai que é técnico de frio. Foram arranjar um frigorífico ou qualquer coisa assim ao campo. Os clientes eram dois velhotes. Enquanto estavam a arranjar o aparelho, o casal estava sentado à porta de casa. O senhor não disse nada, a senhora levantou-se, trouxe um copo de água e deu ao marido...

Bem, neste caso, existia a necessidade, no nosso não, mas também não interessa muito...

1 comment:

  1. Que história bonita, e as almofadas também :) Fiquei com desejos de ir fazer patchwork, acho que isso se pega ;)

    ReplyDelete